Vanitas
Entretanto, já está em linha o novo Estado da Arte na ArteCapital.
Ilustre advogado, homem de palavras, José António Pinto Ribeiro começou no entanto o seu mandato da pior maneira, afirmando que seria “possível fazer melhor com menos dinheiro”.
A certa altura do percurso, Pinto Ribeiro teve a noção de que tinha de corrigir o “tiro”: em entrevista à SIC-N, salvo erro a 16-07, citando as percentagens para a Cultura nos diversos anos desde 2001, não deixou de dizer que a tendência teria de se inverter e que estava certo de que isso iria suceder já no próximo OE – afinal…
Homem de palavras, José António Pinto Ribeiro não foi afinal “Homem de palavra”. E inacreditavelmente vem agora (“Expresso” de 15-11) dizer da sua insatisfação com a dotação orçamental, afirmando que uma das razões é que “o Ministério não tem credibilidade”, e responsabilizando por isso os seus antecessores. E em 11 meses que esforço de credibilização foi o seu?
Isabel Pires de Lima, que não perde uma oportunidade de lançar uma frase “vingativa” sobre o sucessor, teceu a propósito um comentário em que, por uma vez, tem toda a razão: “Prometeu [Pinto Ribeiro] fazer mais com menos, o ministro das Finanças fez-lhe a vontade”.
É inteiramente legítimo que José António Pinto Ribeiro aspirasse a ser ministro. Para mal geral, num sector já em tão grave situação financeira, o seu desempenho na Cultura é um mero exercício de mundanidade e vanitas.